segunda-feira, 24 de novembro de 2008






"Simplesmente venha!"

Porque hoje eu não quero perguntas
muito menos respostas
eu só quero me perder em você
ser frio
como o ferro que você me corta
porque hoje eu não quero ser racional
muito menos ficar consciente
eu só quero ouvir palavras incompreensíveis
traduzir
sua tão difícil língua
só não me peça conselhos
não vou conversar
hoje...
as palavras já não me importam mais

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Céu parnasiano



Hoje o dia nasce cinza
o cinza de quem não quer acordar
o cinza claro que mata a noite

O cinza vira azul
azul triste
azul alegre
azul pra ficar em casa
azul só pra não ter que ficar em casa

e de tanto azul o dia cansa
azul cansado vai virando cinza
de cinza azualado, o dia finda

para marcar a passagem surge o vermelhor
o vermelho intenso sangue
o vermelho morte ou vida
o vermelho amor ou luxuria
que se dilui em varias nuvens
em varios cinzas em varios azuis
formando tons e inventando cores
a cada por do sol

e renasce a noite

a noite colorida com preto
preto para não ofuscar brilhos
preto para mostrar o seu vasio
preto para desbotar e voltar ao cinza

sexta-feira, 14 de novembro de 2008







Aonde eu quero chegar



E vai cambaleando com seu paço bêbado

Não tem mão alguma há ser estendida

Perdido entre prédios sentinelas

Vigiam seus pensamentos torpes

Palavras tão afiadas em sua língua

Que de nada servem

Apenas em seu âmago lhe corta

E vai cambaleando em tropeços


Caindo em poças onde não se vê reflexo

Vê apenas uma imagem distorcida

Que virou apenas lembrança

Lembranças o alimentam

Lembranças o ferem

Lembrança do que já foi

Lembranças do será

E vai rastejando já sem pernas

Vomitando suas blasfêmias incompreensíveis

Praguejando os que o ignoram

Amando o detestável

Sim é rastejando até La...

Aonde ele quer chegar

quinta-feira, 6 de novembro de 2008